A mobilidade urbana no Brasil em 2022
Mobilidade urbana - 31 de março de 2022
Muito se fala em mobilidade urbana hoje em dia, mas você sabe o que realmente significa? Como influencia no nosso dia a dia e por que é tão importante para todos nós? No post de hoje vamos falar um pouco mais sobre a mobilidade urbana no Brasil, um tema muito debatido tanto na gestão pública, quanto na privada. Confira!
O que é mobilidade urbana?
A mobilidade urbana é a capacidade que um grupo de pessoas tem de se deslocar dentro de um centro urbano, seja de carro, metrô, ônibus, bicicleta, motos e outros meios de locomoção. Na mobilidade não se analisa o deslocamento em si, mas a qualidade de vida das pessoas e o bem-estar da população, porque é essencial para o planejamento urbano.
Como a mobilidade urbana no Brasil é regulamentada?
Em 2012 entrou em vigor a Lei 12.587/12 instituindo a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). Ela estabelece princípios e diretrizes para que os municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem e apresentem um plano de mobilidade urbana. Esse plano tem que conter soluções para que as cidades cresçam de forma sustentável, promovendo o acesso da população aos serviços básicos e integrado a outras políticas de desenvolvimento urbano, como habitação e saneamento básico.
Os planos de mobilidade urbana devem integrar diferentes meios e serviços de transporte urbano reduzindo o impacto ambiental, social e econômico dos deslocamentos de pessoas.
As cidades têm até 12 de abril de 2023, para cidades e municípios entre 20 mil e 250 mil habitantes, e 12 de abril de 2022 (para cidades com mais de 250 mil moradores) para apresentar o seu plano de mobilidade.
Mobilidade urbana sustentável
O Brasil possui a sexta maior frota de veículos do mundo, com cerca de 46,3 milhões automóveis em circulação. Agora imagine todos esses carros queimando combustível e poluindo o ar. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), os veículos são responsáveis por cerca de 60% das emissões de partículas poluentes em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Na mobilidade urbana, a sustentabilidade se aplica aos combustíveis, mas também à facilidade de oferecer aos cidadãos opções de trajetos que amenizem os impactos ambientais, por exemplo. Por isso, as cidades têm se preocupado em integrar os meios de transportes e buscar soluções mais sustentáveis.
Exemplos de mobilidade sustentável:
- Ônibus e carros elétricos;
- sistemas de deslocamento sobre trilhos, como metrôs, bondes;
- ônibus “limpos”, que alternam entre motor elétrico e a diesel;
- ciclovias;
- semáforos inteligentes;
- caronas;
- aluguel de bicicletas e patinetes;
- integrações dos modais.
Todas essas são algumas iniciativas de mobilidade urbana sustentável.
Desafios da mobilidade urbana no Brasil
A mobilidade urbana é uma área complexa, que passa por questões de arquitetura, infraestrutura, políticas públicas e privadas.
Com mais veículos de uso individual transitando pelas cidades, geramos mais poluição do ar e sonora, congestionamentos e outros problemas urbanos, como a diminuição da ocupação dos espaços públicos.
As cidades brasileiras ainda têm uma estrutura centrada no carro, priorizando obras e melhorias para o tráfego de veículos de uso individual. No cenário mais próximo do ideal, recomenda-se, acima de tudo, beneficiar os meios de transporte coletivo e públicos para tornar os deslocamentos mais inteligentes e acessíveis para a maioria da população.
Em São Paulo, por exemplo, mais de 5 milhões de pessoas passam diariamente pelo maior e mais movimentado sistema de transporte metroviário do Brasil. Ao total, são 104,4 quilômetros de linhas ferroviárias distribuídas em seis linhas, que possuem um total de 91 estações. A previsão é chegar a 123 km de extensão e 110 estações até 2026.
Pode parecer muito, mas comparado às grandes megalópoles como Nova Iorque, por exemplo, o metrô da cidade tem quase o triplo de extensão, como 373 quilômetros, mais de 470 estações e 24 linhas de metrô.
Problemas e soluções
Os problemas da mobilidade urbana no Brasil nós conhecemos bem, mas e as soluções? Como podemos diminuir os impactos ambientais e na sociedade?
Mesmo que nosso país ainda tenha uma cultura voltada ao carro, isso vem mudando nos últimos anos, principalmente porque o público mais jovem está cada vez menos ligado à lógica da posse, e mais focado na lógica do uso. Nesse sentido, privilegiam apps de compartilhamento, metrôs, ônibus, entre outros modelos de transporte.
Em paralelo, é possível notar que muitas cidades no Brasil têm optado por novos formatos de mobilidade urbana, olhando para a sustentabilidade:
- Integração entre os transportes públicos e diferentes tipos de modais;
- Diversificação de uso nos meios de transportes;
- Incentivo à caronas coletivas para pessoas que vão para a mesma direção;
- Uso e incentivo de veículos menos poluentes;
- Aumentar o número as ciclovias e ciclofaixas;
- Ampliação de áreas atendidas pelos transportes públicos coletivos (ônibus, metrô e trem).
Cada vez mais as novas gerações estão mostrando a sua preocupação com o meio ambiente e procuram reduzir o impacto das suas ações na natureza. Prova disso é que a mobilidade compartilhada vem crescendo e as emissões das carteiras nacionais de habilitação, diminuindo.
De acordo com o Detran-SP, o número de pessoas habilitadas na faixa etária entre 18 e 30 anos caiu de 4.872 milhões, em junho de 2015, para 4.356 milhões no mesmo mês de 2021. Hoje é tendência mundial os jovens optarem por carros de aplicativos, transporte coletivo e até mesmo bicicleta, skate e patinete como forma de se locomover, começando um grande movimento de mudança na mobilidade urbana e mais sustentável.
Veja também: Mobilidade urbana e acessibilidade
Gostou do conteúdo? Para essas e mais dicas sobre mobilidade urbana e outras informações, continue a leitura no Blog Veloe!